

A flor de lótus representa graficamente como estamos organizados. São 7 grupos de trabalho, representados por 7 cores, que se integram de forma orgânica com os trabalhadores da saúde no centro de nossas práticas.

O grupo “Sentidos e valores” reflete sobre os discursos circulantes na sociedade que constituem as diversas concepções sobre vida e trabalho que reverberam na realidade de ser trabalhador da saúde.
Para isso, investiga e apoia o trabalho em saúde identificando o eco desses discursos na vida e nas práticas dos trabalhadores e na comunidade como um todo, reconhecendo que esse eco é sempre uma tradução, um processo que envolve tanto repetição como mudança e que varia segundo o contexto de sua enunciação.
Palavras e discursos vão muito além da dimensão linguística, da fala e da escrita, e se desdobram em práticas. Todas as práticas sociais são discursivas porque, investidas de sentido, constroem mundos.
A investigação do discurso implica na interpretação das suas condições de emergência e que garantem a sua enunciação e, por isso, nosso grupo de trabalho reflete igualmente sobre os modos de existência contemporâneos que sustentam as práticas desumanizadas que hoje vemos atravessar o trabalho em saúde, buscando tecer redes e reflexões que possam encarar a sua transmutação tão necessária.
Essa transmutação envolve a desconstrução de discursos hegemônicos que promovem a naturalização do trabalhador como herói, o salvador que se sacrifica na linha de frente de uma guerra, mas implica também a abertura para o outro, para o diferir, para o insurgente e para as (re) existências.
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O grupo “Política e Gestão” tece relações entre política, gestão e o difícil cotidiano de trabalho e de vida de milhares de homens e mulheres que atuam nos serviços de saúde, enfatizando o contexto da pandemia Covid-19.
Em nossas partilhas, acolhemos as percepções de trabalhadores e trabalhadoras acerca das políticas sociais regressivas e dos ajustes econômicos com desdobramentos no trabalho em saúde e abrimos espaço para a troca de experiências relativas às mudanças ocorridas na gestão e nas relações de trabalho que, no atual contexto, os expõem intensamente.
Conversamos sobre trabalho e vida a partir de algumas temáticas específicas como a possibilidade de perda do emprego, vínculos empregatícios, intensificação da jornada de trabalho, remuneração, desregulamentação dos direitos trabalhistas, metas e produtividade. Nossa intenção é apoiar a construção de uma rede que nos fortaleça individual e coletivamente, na qual sejam partilhados conhecimentos, sentimentos, percepções e experiências que expressem as penosidades e (re) existências vivenciadas a partir das políticas de saúde e da gestão do trabalho.
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O grupo “Condições de trabalho” reflete sobre as expressões de sofrimentos, penosidades e dificuldades de trabalhadoras e trabalhadores a partir da ambiência do trabalho em saúde.
Trata-se de penosidades expressadas nas dificuldades de acesso a equipamentos de segurança e condições de biossegurança dos e nos ambientes de trabalho; no aumento vertiginoso no número de casos e óbitos e afastamentos pela Covid-19; no luto pela perda de familiares, pacientes e colegas; nas decisões sobre quem deve ou não ocupar um leito de UTI; e nas situações de conflito e exclusão entre grupos profissionais.
Seguimos atentos a tantas outras ocasiões em que os trabalhadoras e trabalhadores se sentem injustiçados, confusos ou mesmo impotentes e reconhecemos que tais condições acabam repercutindo na dimensão afetiva de suas vidas, emergindo no cotidiano como medo, angústia, tristeza, indignação e consternações face ao trabalho no contexto da pandemia.
Nossa intenção é contribuir para a construção de um espaço político para o tecimento de redes de solidariedade e de compartilhamentos, conhecimentos e experiências do conjunto de trabalhadores e trabalhadores do cuidado em saúde.
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O grupo “Saberes práticas” se interessa pelos saberes e práticas profissionais que os trabalhadores da saúde mobilizam para lidar com o trabalho e que, em suas vidas, se desdobram em ações para lidarem com os desafios impostos pela pandemia de Covid-19.
Este grupo se propõe a apreender os sentidos e as experiências individuais, em equipe e institucionais relacionados à tomada de decisão no seu cotidiano de vida pessoal e no trabalho. Buscamos atentar aos tipos de cuidados em saúde que os trabalhadores acessaram, receberam ou que desejam ter recebido para enfrentar a rotina na pandemia de forma que julguem mais satisfatória/adequada.
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O ponto de partida do grupo “Experiências e trajetórias” é o entendimento de que todo trabalhador da saúde têm uma história de vida relevante a ser contada e, sobretudo, ao longo desta pandemia. Acreditamos que esses relatos e testemunhos podem ser de enorme importância para outros trabalhadores e contribuir para a construção de uma experiência coletiva, compartilhada, acerca de um momento tão desafiante.
Estamos aqui para construir um espaço de compartilhamento de memórias pessoais, experiências de vida e de trabalho e trajetórias profissionais. Temos a percepção de que a sua experiência compartilhada aqui vem em benefício de você mesmo e de seus colegas, que podem ter vivido ou estar vivenciando situações semelhantes.
Nosso convite é para que conte sua história, dentro e fora do trabalho, e sua experiência de autocuidado e com a saúde de sua família e de pessoas próximas. Queremos também conversar sobre o futuro e sobre seus sonhos. As trajetórias são percursos em aberto e a reflexão sobre elas conduz a pensar e a projetar caminhos pessoais e coletivos atravessados pela pandemia.
Unindo passando, presente e futuro podemos construir um Sonhário: um lugar para dividir as lutas, as dores, as aflições, momentos de alegria, de realizações e outros afetos.
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O grupo “Cuidar do mundo” (re) conecta os trabalhadores da saúde aos saberes e práticas integrativas e complementares em saúde, sejam contemporâneas, ancestrais ou racionalidades tradicionais. Busca, a partir desses conhecimentos, a perspectiva do cuidar de si, cuidar do outro e cuidar do mundo em meio ao contexto da pandemia.
O cuidado, em sentido mais amplo, nos une e auxilia no grande desafio de apoiar e investigar, bem como na prática, enquanto seres humanos, de viver e cuidar. Nosso caminhar versa sobre o cuidado em respeitar o momento atual, a sobrecarga dos profissionais de saúde nos serviços, os desequilíbrios na saúde mente-corpo agravados pela pandemia, além de qualquer outra sobrecarga ou invasão que gere incômodo ou desconforto ao trabalhador.
Nossa intenção é ouvir os trabalhadores da saúde e identificar suas demandas de apoio, suas percepções e seus sentimentos frente ao trabalho na pandemia. Os caminhos que escolhemos para expressar o nosso cuidado, nosso apoiar-investigar, têm como propostas diálogos e práticas que possibilitem novas perspectivas de vida e que levem na direção do equilíbrio e do cuidado de si em relação ao cuidado do outro e do mundo. Acreditamos em reflexões e práticas que façam sentido, gerem trocas e conforto aos trabalhadores da saúde.